VOLTA AO ATLÂNTICO
Em 2019, Felipe partiu de Paraty a bordo do veleiro Asa Branca, iniciando uma travessia atlântica que se desdobraria ao longo de cinco anos. A jornada começou com a subida pela costa brasileira até o Caribe, onde viveu embarcado durante os anos da pandemia, navegando entre as ilhas do Arco Leste, entre Saint Martin e Grenada. Em seguida, rumou para Bonaire e Curaçao, onde o Asa Branca permaneceu por duas temporadas, enquanto Felipe realizava uma transição pessoal e geográfica: deixava São Paulo para enraizar-se numa ilha oceânica — a Ilha de Santa Catarina.
O ano de 2023 marcou o retorno do navegador as Ilhas das Bahamas, cenário paradisiaco que pareciam ter ficado apenas na memória. Depois de adentrar as aguas estados unidenses e percorrer parte do canal intercostal até o Cabo Canaveral, o Asa Branca repousou fora d’água por um ano, preparando-se para o capítulo final da viagem. Em 2024, após dois meses intensos de trabalho e ajustes técnicos, Felipe completou a volta ao Atlântico, partindo da Flórida, navegando por Bermuda, e chegando aos Açores — onde permaneceu por 50 dias, inebriado pela potência e resistência da cultura portuguesa, que ali parece ter se preservado no tempo. Nos traços da colonização açoriana, encontrou ecos profundos da formação cultural da Ilha de Santa Catarina, terra-mar que escolheu como morada.
A travessia seguiu com uma parada breve em Cabo Verde, até o retorno ao Brasil, desembarcando em João Pessoa em setembro de 2024. A seguir, uma seleção de imagens dessa jornada oceânica - fragmentos sensíveis de uma jornada onde o mar é tanto caminho quanto casa.
